Segundo IBGE, índice atingiu alta de 0,53% no mês.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sofreu uma variação de 0,53% em janeiro, levando-se em conta a inflação oficial no país. É o quarto mês seguido de alta do índice, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, houve uma desaceleração em relação a dezembro, que sofreu com uma alta de 0,62%.
O maior impacto veio no setor de Alimentação e Bebidas com uma alta de 0,59%, o que contribuiu com 0,13 ponto percentual no índice, que acumula alta de 5,77% nos últimos 12 meses. O segundo maior impacto veio no grupo Transportes, com alta de 0,55% e contribuição de 0,11 ponto percentual no indicador.
Veja a variação do IPCA nos principais itens em janeiro
- Alimentação e bebidas: 0,59%
- Habitação: 0,33%
- Artigos de residência: 0,70%
- Vestuário: -0,27%
- Transportes: 0,55%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,16%
- Despesas pessoais: 0,76%
- Educação: 0,36%
- Comunicação: 2,09%
Alimentos básicos sofrem aumento No grupo Alimentação e bebidas, os destaques ficaram com aumento nos preços da batata inglesa (14,14%), da cenoura (17,55%), do tomate (3,89%), das frutas (3,69%) e do arroz (3,13%). Já os destaques de queda ficaram com cebola (-22,68%), frango em pedaços (-1,63%) e carnes (-0,47%).
Alta dos combustíveis influenciam no transporte
Os combustíveis tiveram alta de 0,68%, influenciados pelo aumento nos preços da gasolina (0,83%) e do etanol (0,72%). Outros destaques foram emplacamento e licença (1,60%) e automóvel novo (0,83%).
Já o óleo diesel (-1,40%) e o gás veicular (-0,85%) tiveram queda e os preços dos transportes por aplicativo recuaram 17,03%, após alta de 10,67% em dezembro.
Outro destaque ficou com a alta de 0,91% dos ônibus urbanos, consequência dos reajustes de 6,17% no Rio de Janeiro (4,20%) e de 7,04% em Vitória (4,61%). Também houve reajustes de táxi (3,03%) no Rio de Janeiro (7,74%), onde as tarifas subiram 8,88%, e em Salvador (15,67%), com aumento de 16,74%.
O IBGE destaca ainda os reajustes em praças de pedágio (4,29%) de São Paulo (5,08%), Vitória (4,12%) e Curitiba (2,14%).
Telefonia, internet e TV
Comunicação sofreu a maior variação dentro do IPCA, puxada pela alta dos subitens de TV por assinatura (11,78%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (3,24%), que contribuíram conjuntamente com 0,09 ponto percentual no IPCA de janeiro.
Também houve alta nos preços dos aparelhos telefônicos (0,44%) e nos serviços de acesso à internet (2,09%).
“O resultado do grupo Comunicação é explicado principalmente por reajuste nos combos de telefonia, internet e TV por assinatura. Isso acaba impactando também os planos avulsos de TV por assinatura e internet, que também foram reajustados”, diz o gerente da pesquisa.
Saúde e Vestuário
Houve uma desaceleração no grupo de Saúde e cuidados pessoais (de 1,60% em dezembro para 0,16% em janeiro) após recuo de 1,26% nos itens de higiene pessoal, com destaque para os preços dos perfumes e dos artigos de maquiagem, que caíram 5,86% e 1,51%, respectivamente.
A maior contribuição no grupo veio do plano de saúde (1,21%), que segue incorporando a fração mensal dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023, segundo o IBGE.
Habitação
No grupo Habitação, houve um aumento de 0,2% em dezembro para 0,33% em janeiro. Isso por conta da taxa de água e esgoto (1,44%) que sofreu reajustes em Belo Horizonte, Brasília e Campo Grande.
Houve ainda o aumento do gás encanado (4,10%), consequência das altas no Rio de Janeiro e São Paulo. Já os preços do gás de botijão caíram 1,19%. A variação da energia elétrica (0,19%) ficou próxima à do mês anterior (0,20%).
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,46% em janeiro, um pouco abaixo do registrado no mês anterior (0,69%). O INPC acumula alta de 5,71% nos últimos 12 meses, abaixo dos 5,93% observados nos 12 meses anteriores. Em janeiro de 2022, a taxa foi de 0,67%.
Confira o ranking do IPCA nas capitais
Das 16 capitais pesquisadas pelo IBGE, 14 tiveram alta do IPCA em janeiro. O maior índice foi em Salvador (1,09%), onde pesaram as altas na energia elétrica (8,07%) e na gasolina (6,34%). A menor variação foi em Curitiba (-0,05%), devido à queda de 3,92% nos preços da gasolina.
- Salvador: 1,09%
- Vitória: 0,92%
- Fortaleza: 0,86%
- Belo Horizonte: 0,82%
- São Paulo: 0,68%
- Rio Branco: 0,67%
- Aracaju: 0,63%
- Campo Grande: 0,60%
- Rio de Janeiro: 0,43%
- Belém: 0,41%
- Brasília: 0,33%
- Goiânia: 0,24%
- Porto Alegre: 0,23%
- Recife: 0,03%
- São Luís: -0,01%
- Curitiba: -0,05%
Inflação em 2023
Segundo economistas, a inflação deve ficar acima da meta em 2023. A expectativa do Banco Central (BC) e de instituições do mercado financeiro nacional, segundo a última edição do Boletim Focus, aponta para o IPCA em 5,78% neste ano.
A inflação acumulada em 12 meses até janeiro continua acima da meta estabelecida pelo Banco Central em 3,25% neste ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,75% e 4,75%.
A inflação acumulada em 2022 foi de 5,79%. Foi o 4º ano consecutivo em que os preços ficaram acima do teto da meta. Para frear o avanço dos preços, o BC promoveu um ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic, que saiu de 2% ao ano em março de 2021 para 13,75% ao ano em agosto de 2022, o maior percentual dos últimos seis anos.
Na semana passada, o Copom escolheu manter, pela quinta vez consecutiva, a Selic no mesmo patamar porque ainda enxerga a força da pressão inflacionária.Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Autora: Juliana Moratto
Fonte: Portal Contabeis com informações do G1