A previsão para 2023 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC.
Começam a crescer os sinais de desaquecimento da economia e a inflação corrente mostra alguma melhora em sua composição, ainda que continue elevada. Porém, se mostra cada vez mais distante um abandono da política monetária restritiva, uma vez que as expectativas inflacionárias de médio prazo têm subido com força, o que tem criado obstáculo para reduções da taxa básica de juros do país,a taxa Selic, neste ano.
Na ata da última reunião do Copom, que aconteceu na última semana de janeiro, o colegiado manteve a Selic em 13,75%, porém não descartou possibilidade de novas elevações da taxa caso o processo de desinflação não ocorra como esperado.
Na última semana, o comportamento do mercado de juros mostrou com nitidez a piora das perspectivas econômicas e a indicação de que a taxa de juros poderá ser maior do que se esperava.
De acordo com especialistas, conforme os últimos cálculos, o Banco Central (BC) acredita que seja necessário um juro real que fique entre 7% e 8% para desinflacionar a economia.
O valor do câmbio também serve de termômetro. Ele tem se mantido entre R$ 5,00 e R$ 5,30 nas últimas semanas, mas a volatilidade saltou de forma expressiva do final de janeiro para a última semana, impulsionado pelo mercado externo, que passou a precificar juros mais altos nos EUA.
Meta de inflação e a taxa Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
A meta da inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
Autora: Juliana Moratto
Fonte: Valor Econômico e Agência Brasil