Entre os principais motivos estão a pressão e estratégia de redução de custos operacionais. Os profissionais de recursos humanos estão enfrentando níveis alarmantes de sobrecarga e impactos significativos na saúde mental. É o que aponta um estudo realizado pela Flash, empresa especializada em gestão de benefícios. A pesquisa, que ouviu 924 profissionais da área entre abril e maio deste ano, destacou que 82% deles relataram sentir uma sobrecarga que varia de média a extrema. Os setores mais afetados são aqueles responsáveis pelo recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, e diversidade e inclusão.
Esses profissionais estão sob crescente pressão para não apenas executar tarefas operacionais complexas, como também desenvolver estratégias que agreguem valor ao negócio e reduzam custos operacionais. O vice-presidente da Flash, Guillermo Gomez, comentou sobre os resultados preocupantes, enfatizando que a pressão por resultados tem sido intensificada nos últimos anos. Ele apontou que a introdução de tecnologias como a inteligência artificial também adiciona uma camada adicional de estresse, com 50% dos profissionais de RH expressando preocupações nessa área.
Impacto na saúde emocional
Além da pressão profissional, a pesquisa revelou um impacto severo na saúde emocional dos profissionais de RH. Cerca de 65% deles enfrentaram problemas emocionais no último ano, sendo ansiedade o transtorno mais comum, mencionado por 42% dos entrevistados. Preocupações com falta de motivação, burnout e depressão também foram relatadas, evidenciando a gravidade da situação.
A sobrecarga é particularmente sentida na média gerência, onde supervisores, coordenadores e gerentes enfrentam a difícil tarefa de conciliar demandas operacionais com responsabilidades estratégicas. Este grupo enfrenta uma pressão dupla que pode comprometer tanto a eficiência quanto o bem-estar pessoal.
Investimento em saúde mental
Apesar desses desafios, a pesquisa destacou uma lacuna significativa no suporte oferecido pelas organizações. Apenas 40% dos profissionais de RH afirmaram receber algum tipo de incentivo ou benefício corporativo relacionado à saúde mental. Guillermo Gomez ressalta que muitas empresas ainda veem o investimento em saúde mental como um custo adicional, ao invés de reconhecer os benefícios financeiros de um ambiente de trabalho psicologicamente saudável. Em resposta a esses dados alarmantes, o especialista aconselha que os líderes de RH adotem uma abordagem estratégica ao apresentar essas questões aos CEOs e demais executivos.
“Ao apresentar dados claros e mensuráveis sobre o impacto da saúde mental, o RH pode destacar não apenas os aspectos humanitários, mas os benefícios financeiros de investir na promoção do bem-estar psicológico dos funcionários”, afirma Gomez. Este estudo lança luz sobre um problema crescente que requer não apenas atenção imediata, mas também ação coordenada para implementar políticas e práticas que apoiem a saúde mental dentro das organizações.
Publicado por: Danielle Nader
Fonte: Portal Contabeis com informações adaptadas do Valor Econômico