Saiba o que fazer para evitar a procrastinação e acabar com o descumprimento de prazos. Uma pesquisa realizada pela consultoria Triad PS, de São Paulo, sugere que cerca de 70% dos brasileiros postergam a realização de tarefas. Nos Estados Unidos, pelo menos 20% da população se encaixa na categoria de procrastinadores crônicos, pessoas que adiam a realização de tarefas compulsivamente, a ponto de atrapalhar a carreira e os relacionamentos pessoais.
De acordo com a de acordo com o professor da Universidade DePaul, de Chicago, nos EUA, Joseph Ferrari, considerado uma das maiores autoridades no assunto, a procrastinação é “o atraso intencional e frequente no início ou no término de uma tarefa que causa desconforto subjetivo, como ansiedade ou arrependimento”. Alguns gestores têm encontrado dificuldades para lidar com esse comportamento, visto que atrapalha entregas e, consequentemente, o cumprimento de prazos. Confira algumas dicas para solucionar o problema.
Converse individualmente
De acordo com a psicóloga especialista em recursos humanos e presidente do conselho do grupo Cia de Talentos, Sofia Esteves, o líder pode chamar os membros da sua equipe individualmente para entender o motivo do atraso. É importante ressaltar que não se trata de um interrogatório, mas de um exercício de escuta para que seja possível identificar o que está atrapalhando o cumprimento dos prazos.
Entre os motivos podem ser falta de habilidade técnica, dificuldade de concentração, sobrecarga de trabalho ou simplesmente, um escopo de trabalho confuso. “A sua função, como líder, não é tentar adivinhar o motivo, mas pedir para a pessoa explicar o que está acontecendo e se colocar à disposição para ajudá-la a contornar esse problema”, explica a psicóloga.
Explique a importância dos prazos
Outra dica importante é explicar o impacto que cada indivíduo tem no time e na empresa. É preciso fazer uma reunião com todos os envolvidos para comentar que, quando alguém não cumpre um prazo ou um acordo, isso causa um efeito cascata. Ou seja, outras pessoas que dependem da entrega dela ficam na mão e podem ser prejudicadas. Esse atraso pode criar sobrecarga em outro funcionário, que terá que finalizar o trabalho que já está atrasado em um curto período de tempo.
“É importante que cada indivíduo saiba as consequências daquilo que faz, do impacto do seu trabalho bem feito e também das consequências do seu relapso”, pontua a especialista. Segundo a psicóloga, em vez de estabelecer um novo prazo, criar um novo plano de ação e resolver todo o problema gerado pela outra pessoa, deixe-a propor uma solução. “Pergunte o que ela faria diferente, como vocês podem resolver essa dificuldade, o que ela acha que ajudaria a mudar essa realidade… Enfim dar autonomia também é importante pro engajamento”, aconselha.
Incentive ajuda profissional
Em alguns casos, a procrastinação é sintoma de um transtorno psiquiátrico, de acordo com o psicólogo cognitivo-comportamental e pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ivo Emílio Jung. “Adiar tarefas pode ser um sinal da depressão, do transtorno obsessivo-compulsivo, do TDAH [transtorno do déficit de atenção com hiperatividade]”, explica.
O problema, segundo o especialista, é que o sofrimento dos adeptos do “deixa para depois” não é suficiente para fazê-los mudar de comportamento. Ou seja, o arrependimento não funciona como mola propulsora da mudança de hábito. Nesse caso, é preciso que o profissional busque uma ajuda profissional.
Autora: Danielle Nader
Fonte: Portal Contabeis